Gabarito de Língua Portuguesa - PET Volume 6 - 8º ano

 


GABARITO PET 6 – 8º ANO – Profª Bárbara Marinho

SEMANA 1

ATIVIDADE 1 – Leia os textos a seguir e responda às questões.

URUBUS E SABIÁS

Tudo aconteceu numa terra distante, no tempo em que os bichos falavam... Os urubus, aves por natureza bicadas, mas sem grandes dotes para o canto, decidiram que, mesmo contra a natureza eles haveriam de se tornar grandes cantores. E para isto fundaram escolas e importaram professores, gargarejaram do-ré-mi-fá, mandaram imprimir diplomas e fizeram competições entre si, para ver quais deles seriam os mais importantes e teriam a permissão para mandar nos outros. Foi assim que eles organizaram concursos e se deram nomes pomposos, e o sonho de cada urubuzinho, instrutor em início de carreira, era se tornar um respeitável urubu titular, a quem todos chamam por Vossa Excelência.

Tudo ia muito bem até que a doce tranquilidade da hierarquia dos urubus foi estremecida. A floresta foi invadida por bandos de pintassilgos, tagarelas que brincavam com os canários e faziam serenatas com os sabiás... Os velhos urubus entortaram o bico, o rancor encrespou a testa, e eles convocaram pintassilgos, sabiás e canários para um inquérito.

“Onde estão os documentos de seus concursos?” E as pobres aves se olharam perplexas, porque nunca haviam imaginado que tais coisas houvessem. Não haviam passado por escolas de canto, porque o canto nascera com elas. E nunca apresentaram um diploma para provar que sabiam cantar, mas cantavam, simplesmente...

— Não, assim não pode ser. Cantar sem a titulação devida é um desrespeito à ordem. E os urubus, em uníssono, expulsaram da floresta os passarinhos que cantavam sem alvarás...

MORAL: EM TERRA DE URUBUS DIPLOMADOS NÃO SE OUVE CANTO DE SABIÁ.

Fonte: ALVES, Rubem. Estórias de Quem gosta de Ensinar. São Paulo: Ars Poética, 1985.

1 – O que gera o conflito no enredo?

R: O conflito é gerado com a chegada dos pintassilgos que sabiam cantar muito bem.

2 – Escreva, com suas palavras o desfecho do texto.

R: Os urubus não aceitaram que os pintassilgos cantassem sem a titulação devida e expulsaram os passarinhos da floresta.

3 – Agora, descreva com suas palavras, a situação inicial do enredo.

R: Os urubus decidiram fundar escolas de canto e fazer concursos, pois são aves que não nascem sabendo cantar.

4 – Marque um x nas características do gênero do texto lido.

( ) É um texto informativo.

(X) É um texto escrito em prosa.

( ) O narrador é um narrador-personagem, isto é participa da história.

(X) Esse texto é um fábula.

(X) A situação inicial envolve os urubus.

(X) O texto é narrado em 3ª pessoa.

 

ATIVIDADE 2 – Leia o texto a seguir e responda.

DIAMANTES AO CAIR DA TARDE

À saída de Belo Horizonte, pergunto a um motorista de caminhão o que devo fazer para ir a Diamantina.

A estrada onde estou, pelo jeito, me levará direto para Brasília.

— O senhor vai em frente, passa por baixo de duas pontes. Depois dobra à direita quando passar pela primeira ponte.

— Pela primeira ou pela terceira?

— Pela primeira depois da segunda.

No que depender de informações desses meus conterrâneos, acabo indo parar na casa da mãe Joana.

Pergunto a este outro, no posto de gasolina, a distância dali até Diamantina.

— Não é muito perto, não. Mas também não é longe – informa ele, sério.

— Quanto tempo vou levar daqui até lá?

— É conforme, uai. Se correr muito, leva pouco, se correr pouco, leva muito.

Fonte: Fernando Sabino. A chave do enigma. Rio de Janeiro, Record, 1999.

1 – O conflito do texto se dá quando

(A) as pessoas não sabem informar.

(B) Joana explica melhor que todos.

(C) o jovem não entende a informação.

(D) o rapaz quer ir à Diamantina.

2 – Podemos dizer que o texto lido é narrado em

(A) 1ª pessoa – o narrador participa dos fatos.

(B) 1ª pessoa – o narrador não participa dos fatos.

(C) 3ª pessoa – o narrador participa dos fatos.

(D) 3ª pessoa – o narrador não participa dos fatos.

3 – Qual é o propósito comunicativo do texto lido?

            O texto lido tem o propósito de entreter o leitor.

 

SEMANA 2

ATIVIDADE 1 – Leia a explicação sobre pronomes.

Pronomes são palavras que acompanham os substantivos, podendo substituí-los (direta ou indiretamente), retomá-los ou se referir a eles. Alguns exemplos de tipos de pronome são: pessoais, possessivos, demonstrativos, interrogativos, relativos e indefinidos.

Fonte: Disponível em: <https://www.todamateria.com.br/pronomes/>. Acesso em: 09 set. 2020.

Leia os textos abaixo com atenção e faça o que se pede.

BOM TEMPO, SEM TEMPO

Não chovia, meses a fio. Ou chovia demais. As plantas secavam, os animais morriam, os moradores emigravam. As plantas submergiam, os animais morriam, as pessoas não tinham tempo de emigrar. Assim era a vida naquele lugar privilegiado, onde medrava tudo para todos, havendo bom tempo. Mas, não havia bom tempo. Havia o exagero dos elementos.

O mágico chegou para reorganizar a vida, e mandou que as chuvas cessassem. Cessaram. Ordenou que a seca findasse. Findou. Sobreveio um tempo temperado, ameno, bom para tudo, e os moradores estranharam. Assim também não é possível, diziam. Podemos fazer tantas coisas boas ao mesmo tempo que não há tempo para fazê-las. Antes, quando estiava ou chovia um pouco - isto é, no intervalo das grandes enchentes ou das grandes secas -, a gente aproveitava para fazer alguma coisa. Se o sol abrasava, podíamos fugir. Se a água vinha em catadupa, os que escapavam tinham o que contar. Quem voltasse do êxodo vinha de alma nova. Quem sobrevivesse à enchente era proclamado herói. Mas agora, tudo normal, como aproveitar tantas condições estupendas, se não temos capacidade para isto?

Queriam linchar o mágico, mas ele fugiu a toda.

FONTE: Fonte: ANDRADE, Carlos Drummond de. Contos plausíveis. São Paulo. Record: 2006.

1 – Observe os trechos abaixo e diga a qual elemento do texto ou a quem se refere cada um dos pronomes destacados.

a) “...onde medrava tudo para todos, havendo bom tempo.”

R: Lugar privilegiado.

b) “...ao mesmo tempo que não há tempo para fazê-las.”

R: Coisas boas.

c) “...mas ele fugiu a toda.”

R: Mágico.

2 – Classifique cada um dos pronomes da questão anterior em pronomes pessoais do caso reto, oblíquo, possessivo, demonstrativo ou relativo.

PRONOME

CLASSIFICAÇÃO

ONDE

Relativo

LAS

Pessoal oblíquo

ELE

Pessoal reto

 

3 – No trecho “Quem voltasse do êxodo vinha de alma nova. Quem sobrevivesse à enchente era proclamado herói” há o uso proposital de dois pronomes repetidos. Qual efeito você acha que se queria criar para o leitor? Se trocássemos os pronomes pelos elementos aos quais eles se referem, como ficaria o trecho?

 

ATIVIDADE 2 – Leia o texto a seguir e responda às questões.

DICIONÁRIO DE FORMAS

Era uma vez eu, Zé Sorveteiro, que me apaixonei por uma princesa que acabara de chegar do outro lado da Terra. Bolei para ela um dicionário de quatro palavras: bola, quadrado, retângulo, triângulo.

Japonês se escreve com desenhos. Com desenhos a princesa aprenderia português!

Ia até meu carrinho e pedia, desenhando no ar:

– Triângulo-bola.

Sorvete na casquinha! O dicionário funcionava às maravilhas. Eu? Mandava bilhetes. Desenhava um quadrado com um triângulo em cima e escrevia: casa!!! Caprichava nos pontos de exclamação.

Casa!!! Casa!!! Fácil de entender: casa comigo. Mas toda princesa tem uma fera para encontrar bilhetes. Uma hora a fera mandou me chamar. Aí…

Aí eu transformei ponto de exclamação em sinal de aguaceiro:

– Um traço com um pingo é chuva. Três - !!! – muita chuva. Casa, chuva, chuva, chuva. Estou só avisando… Cuidado com goteiras.

Hoje, 60 anos depois, repito, valeu a pena. E lá vou eu apanhar uns triângulos vermelhos para a minha rainha arrumar no triângulo do retângulo do quadrado da frente.

Perfeito. Daqui a pouco a jarra da mesa da sala estará toda perfumada com os… Como é mesmo? Vá lá! Com os triângulos vermelhos.

FONTE: CAVÉQUIA, Marcia Paganini, In: <https://novaescola.org.br/conteudo/7440/o-dicionario-de-formas>. Acesso em: 09 set. 2020.

1 – Retire do texto lido todos os pronomes presentes e transcreva-os abaixo.

R: Eu, que, me, ela, se, meu, comigo, toda, minha.

2 – Agora, separe-os de acordo com a tabela.

Pronome pessoal do caso reto

Pronome pessoal do caso oblíquo

Pronome possessivo

Eu, ela

Me, comigo, se

Meu, minha

 

3 – Qual a importância de se usar os pronomes no texto?

R: Os pronomes ajudam na coesão do texto acompanhando ou substituindo substantivos.

4 – Por que o texto começa com a expressão “Era uma vez”? Quais outras palavras ou expressões presentes no texto justificam esse início?

R: O texto começa com a expressão “era uma vez” em referência aos contos de fadas, uma vez que o narrador queria contar a sua história como se fosse um. As outras palavras que justificam esse início são “princesa” e “fera”.

 

ATIVIDADE 3 – Leia o texto a seguir e responda às questões.

IPOJUCA, BERÇO DA NACIONALIDADE BRASILEIRA

Ipojuca é uma das cidades mais antigas de Pernambuco. Diferente de muitas outras cidades, até a presente data não foi descoberto nenhum documento anterior a 1594 que discuta a sua criação, sendo, portanto, o documento: PRIMEIRA VISITAÇÃO DO SANTO OFÍCIO ÀS PARTES DO BRASIL, DENUNCIAÇÕES DE PERNAMBUCO do Inquisidor português Heitor Furtado de Mendonça que cita as freguesias existentes em Pernambuco onde é mencionada pela primeira vez em um documento oficial, a existência de uma localidade por nome de Pojuca (Ipojuca). Neste documento são citadas as freguesias de: Santo Cosme e Damião de Igarassu, de São Lourenço, Cabo de Santo Agostinho, São Miguel da Pojuca com as capelas de Santa Luzia no engenho Tabatinga e de São Miguel na freguesia de Pojuca, entre outras freguesias existentes na época, para que seus habitantes fossem se confessar em Olinda, pois assim receberiam “trinta dias de graças”.

Ipojuca sempre foi um dos polos da produção açucareira em Pernambuco.

Disponível em: <https://docplayer.com.br/59697198-Lingua-portuguesa-e-matematica-data-de-nascimento-do-estudante.html>.  Acesso em: 08 set. 2020.

1 – Observe os trechos abaixo e diga a que ideia cada um dos advérbios destacados remete.

a) “Ipojuca é uma das cidades mais antigas de Pernambuco.”

R: Intensidade.

b) até a presente data não foi descoberto nenhum documento anterior a 1594”

R: Tempo.

c) “onde é mencionada pela primeira vez em um documento oficial...”

R: “primeira” não é advérbio, mas adjetivo.

d) “Ipojuca sempre foi um dos polos da produção açucareira em Pernambuco.”

R: Tempo.

2 – Qual é o propósito comunicativo do texto?

R: Informar sobre a cidade de Ipojuca.

3 – Caberia iniciar este texto com a expressão “Era uma vez”? Explique. Comente sobre as diferenças de propósito comunicativo dos dois textos ("Dicionário de formas" e "Ipojuca, berço da nacionalidade brasileira).

R: Não caberia iniciar este texto com a expressão “Era uma vez”, pois este é um texto informativo e não uma narrativa ficcional como o texto "Dicionário de formas".

 

SEMANA 3

ATIVIDADE 1 – Leia a informação a seguir sobre figuras de linguagem.

Figura de linguagem: recursos expressivos empregados para gerar efeitos nos discursos, ampliando a ideia que se pretende passar.

• A metáfora ocorre quando se faz qualquer comparação sem utilizar expressões que indiquem que uma comparação está sendo feita (“como”, “tanto quanto”). Ex.: A vida é uma nuvem que voa.

• Chamada de comparação explícita, ao contrário da metáfora, neste caso são utilizados conectivos de comparação (como, assim, tal qual). Ex.: Seus olhos são como jabuticabas.

• A personificação ocorre quando se atribui características humanas àquilo que não é humano, como objetos ou sentimentos. Ex.: Eu podia ver o cansaço rastejando-se no chão e vindo em minha direção.

• A metonímia ocorre quando se substitui um termo por outro. Essa substituição, porém, é feita pela proximidade de referências entre os dois termos. Exemplo: Comeu o prato todo.

• A hipérbole corresponde ao uso intencional de expressões muito exageradas para se passar uma ideia. Ex.: Que demora! Estou esperando há séculos!

• O eufemismo ocorre quando se utiliza expressões para atenuar uma ideia tida como agressiva ou desagradável. Exemplo: Ele estava muito doente e acabou batendo as botas.

• A ironia ocorre quando se expressa uma ideia por meio de uma construção que diz o oposto do que realmente se quer dizer. Ex.: Não para de chover: que ótima ideia vir hoje para a praia.

• O paradoxo ocorre quando duas expressões opostas são utilizadas de maneira que foge à lógica. Exemplo: Ela achava-o feio e bonito ao mesmo tempo.

• A antítese dá-se quando se utiliza duas palavras ou ideias com significados opostos. Ex.: “Quem ama o feio, bonito lhe parece.”

Disponível em: <https://mundoeducacao.uol.com.br/gramatica/figura-de-linguagem.htm>. Acesso em: 10 set. 2020.

1 – Nos textos abaixo, as figuras de linguagem são fundamentais para a sua construção e para os sentidos que se pretende criar. Leia os textos abaixo e diga qual ou quais figuras de linguagem aparecem em cada um:

TEXTO 1

UM BEIJO

Um beijo fala mais que mil palavras personificação

Um toque é bem mais que poesia metáfora

No seu olhar enxergo a sua alma metáfora

Sua fala é uma linda melodia metáfora

Figura de linguagem: ___________________________.

 

TEXTO 2




Disponível em: <https://www.todamateria.com.br/figuras-de-linguagem/>. Acesso em: 09 set. 2020.

Figura de linguagem: Ironia.

 

TEXTO 3

Disponível em: <https://www.todamateria.com.br/figuras-de-linguagem/>. Acesso em: 09 set. 2020.

Figura de linguagem: personificação.

 

2 – Se você precisasse manter os sentidos gerados pelas figuras de linguagem nos textos 1 e 2, mas precisasse mudar as palavras, como faria? Reescreva os trechos nos quais a figura de linguagem aparece, mas utilize outras palavras.

TEXTO 1: Um ósculo fala mais que mil verbetes

Um afeto é bem mais que palavras rimadas

Nos seus olhos enxergo o seu espírito

Sua voz é uma linda música harmônica

TEXTO 2: Quem foi o intelectual que usou meu computador e sumiu com todos os dados?

 

ATIVIDADE 2 – Leia a informação abaixo sobre variação linguística.

Variação linguística é o movimento comum e natural de uma língua. A variação na forma de falar pode ocorrer devido a fatores como a região geográfica, o sexo, a idade, a classe social do falante e o grau de formalidade do contexto da comunicação. Dentro dessa variação podemos encontrar o tipo de linguagem a qual se fala: formal ou culta, informal ou coloquial, poética, técnica ou profissional, científica, regional, dentre outras.

Fonte: POSSENTI, S. Sobre o ensino de português na escola. Campinas: IEL/UNICAMP, [s.d. ]

Leia os textos abaixo e responda às questões a seguir.

Disponível em: <https://diferencialenem.wordpress.com/2014/07/14/variedade-linguistica/>. Acesso em: 10 set. 2020.

1 – Que tipo de linguagem foi utilizada pelo personagem da tirinha?

R: Chico Bento usou a linguagem informal.

2 – Que fator fez com que essa linguagem fosse empregada?

R: Fator regional.

3 – Destaque os tipos de alterações notadas em relação ao que é considerado padrão (mudança na forma de pronunciar as palavras, palavras novas, palavras com sentidos diferentes, mudanças na estrutura das palavras e frases, como acréscimo ou supressão de letras, junção de palavras e outras):

R: Pronúncia: qui, im, di, i, qui.

Neologismos: num.

Supressão de letra: tá, nhô, pexe, burro, vô, fica.

Troca de ordem das letras: perferem.

Acréscimo de letra: assossegado.

4 – Você nota que as mudanças destacadas na questão anterior também acontecem em sua fala ou no modo de falar das pessoas de sua família ou comunidade? Pode dar um exemplo?

R: Resposta pessoal.

5 – Transcreva para a norma-padrão as falas ditas pelo personagem Chico Bento na tirinha.

R: Ai está mais lotado que o armazém do senhor Barnabé, em dia de fiado!

Os peixes não são burros! Preferem lugares sossegados, sem multidão!

E é aqui que eu vou ficar!

 

SEMANA 4

ATIVIDADE 1 – Leia o texto a seguir e faça o que se pede.

A BOLA

O pai deu uma bola de presente ao filho. Lembrando o prazer que sentira ao ganhar sua primeira bola do pai. Uma número 5 oficial de couro. Agora não era mais de couro, era de plástico. Mas era uma bola. O garoto agradeceu, desembrulhou a bola e disse “legal”, ou o que os garotos dizem hoje em dia quando gostam do presente ou não querem magoar o velho. Depois começou a girar a bola, à procura de alguma coisa.

— Como é que liga? – Perguntou.

— Como, como é que liga? Não se liga.

O garoto procurou dentro do papel de embrulho.

— Não tem manual de instrução?

O pai começou a desanimar e pensar que os tempos são outros. Que os tempos são decididamente outros.

— Não precisa manual de instrução.

— O que é que ela faz?

— Ela não faz nada, você é que faz coisas com ela.

— O quê?

— Controla, chuta...

— Ah, então é uma bola.

— Uma bola, bola. Uma bola mesmo. Você pensou que fosse o quê?

— Nada não.

O garoto agradeceu, disse “legal” de novo, e dali a pouco o pai o encontrou na frente da TV, com a bola do seu lado, manejando os controles do vídeo game. Algo chamado Monster Ball, em que times de monstrinhos disputavam a posse de uma bola em forma de Blip eletrônico na tela ao mesmo tempo que tentavam se destruir mutuamente. O garoto era bom no jogo. Tinha coordenação e raciocínio.

Estava ganhando da máquina.

O pai pegou a bola nova e ensinou algumas embaixadinhas. Conseguiu equilibrar a bola no peito do pé, como antigamente, e chamou o garoto.

— Filho, olha.

O garoto disse “legal”, mas não desviou os olhos da tela. O pai segurou a bola com as mãos e a cheirou, tentando recapturar mentalmente o cheiro do couro. A bola cheirava a nada. Talvez um manual de instrução fosse uma boa ideia, pensou. Mas em inglês, pra garotada se interessar.

VERÍSSIMO, Luís Fernando. A bola. Comédias da vida privada; edição especial para as escolas. Porto Alegre: L&PM, 1996.

Leia abaixo as informações sobre o texto teatral e veja um exemplo.

O texto teatral é um texto narrativo que dispensa o narrador, uma vez que no teatro a história não nos é contada, mas “mostrada” pelos atores representando as personagens. Em virtude da falta do narrador, o diálogo constitui-se o elemento determinante da ação dramática. O texto teatral encenado exige elementos como o cenário, luz, figurino, maquiagem, gestos, movimento, etc. No texto teatral escrito, esses elementos estão presentes nas rubricas, que aparecem em letras de tipos diferentes, em itálico, por exemplo.

Exemplo: TRECHO DA PEÇA O PAGADOR DE PROMESSAS, de Dias Gomes

Primeiro ATO: Primeiro quadro.

A primeira cena da peça teatral inicia-se às quatro horas e trinta minutos. Ainda não havia amanhecido na cidade de Salvador e o casal Zé do Burro e sua esposa Rosa, chegam a frente à igreja de Santa Bárbara. Saíram às cinco da manhã do interior baiano e caminharam sete léguas até que chegam à igreja um pouco antes desse horário. Zé do Burro era um homem muito simples, proprietário rural de um pequeno pedaço de terra no interior do nordeste, donde tirava o sustento de sua família e possuía um burro, o Nicolau por quem tinha muito apego e que acreditava que tinha “alma de gente”. Uma fatalidade mudou o rumo de sua vida: um dia o burro foi atingido por uma queda de uma árvore, em virtude de um raio, deixando-o gravemente ferido. Zé do Burro desesperado ante essa situação, fez uma promessa à Santa Bárbara: caso seu burro se recuperasse, ele dividiria suas terras entre os necessitados e carregaria uma cruz tão pesada como a de Jesus até a igreja da Santa.

Como em sua cidade não havia a respectiva igreja, fez a promessa em um terreiro de candomblé, onde ela é conhecida pelo nome de Iansã. Seu burro se recupera e assim, ele e sua esposa, partem em via crucis para cumprir o prometido e oferecer ao padre responsável pela referida igreja, à sua cruz.

Zé — (Olhando a igreja.) É essa. Só pode ser essa. (Rosa pára também, junto aos degraus, cansada, enfastiada e deixando já entrever uma revolta que se avoluma.)

Rosa — E agora? Está fechada.

Zé — É cedo ainda. Vamos esperar que abra.

Rosa — Esperar? Aqui?

Zé — Não tem outro jeito.

Rosa — (Olha-o com raiva e vai sentar-se num dos degraus. Tira o sapato.) Estou com cada bolha d’água no pé que dá medo.

Zé — Eu também. (Contorce-se de dor. Despe uma das mangas do paletó.) Acho que os meus ombros estão em carne viva.

Rosa — Bem feito. Você não quis botar almofadinhas, como eu disse.

Zé — (Convicto) Não era direito. Quando eu fiz a promessa, não falei em almofadinha.

Rosa — Então: se você não falou, podia ter botado; a Santa não ia dizer nada.

Disponível em: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=25324> Acesso em: 10 set. 2020.

1 – Agora que você já sabe um pouco sobre o texto teatral, transforme a crônica “A bola” em um texto teatral. Não esqueça de colocar o nome de cada personagem antes de suas falas e de dizer, por meio das rubricas, cada passo que os atores farão em cena.

Resposta pessoal.

ATIVIDADE 2 – Imagine que sua peça já está pronta, atores ensaiados, figurino preparado, local e data marcadas para a estreia. Mas para que tudo dê certo, você precisará fazer uma grande campanha de divulgação da sua peça teatral. Use o espaço abaixo para fazer um panfleto anunciando sua peça.

Resposta pessoal.

 

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